quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ligando -

Pensava em ligar
Ouvir a sua voz
Era necessario
Era simples
Eu queria, Você não
Você nem ligava
Nem queria
Só o que resta
É ir dormir
Boa noite

Sousa²

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sousa e a Secretaria



Saindo de casa as 5:30 da manhã percebo alguém me chamar, acenar por mim e gritar meu nome no meio do transito assim que chego no ponto do ônibus, não! Eu não sou famoso, poderia ser no Maximo um dos meus alunos do cursinho que me viu e resolveu dar os comprimentos bem escandalosos, mas claro, cidade grande é assim mesmo, se não fala alto logo nunca somos ouvidos, mas observando o ser que me acenava era um rosto familiar e conhecido, ela parou desceu do carro e disse.
- Vai uma carona Prof. Sousa?
A voz também era familiar, mais não recordava, e fiz logo uma cara de desconfiado e a moça percebeu.
- O, seu Sousa não vai dizer que não se lembra de mim, sou eu a nova secretaria da escola em que o senhor trabalha.
- A sim, claro desculpe dona Cleide, é que é tanta coisa pra lembrar.
-tudo bem, mas o senhor não tem carro? Por que vai de ônibus?
-Sim, tenho, mas esta na oficina para retirar alguns arranhões.
-Então vem comigo, como ainda é cedo, podemos tomar café na lanchonete ali perto, vamos é um convite eu insisto pago a sua parte.
-Sendo assim tudo bem
Fomos, tomamos o café e alguns pães de queijo, fomos para a escola, dei minha aula normal e no intervalo nos encontramos na sala dos professores e assim conversamos sobre alguns assuntos nada importantes e ela ofereceu a carona pra ir deixar – me em casa, claro seria mais confortável, carros populares sempre me trazem a velha lembrança das minhas aventuras da faculdade.
-Seu Sousa?
-Sim, quero sim, obrigado.
-Só que tenho que pegar minha sobrinha na aula de natação tudo bem para o senhor?
-Sim, sem problema.
Saímos juntos, só que o que eu não esperava era que minha esposa havia ido pegar o carro na oficina e estava me esperando na porta da escola, mas, não falou comigo, pois me viu saindo com dona Cleide e não falou nada, nem ao menos um sinal de fumaça pra informar que estava ali a me esperar. Ela sorrateiramente nos seguiu, não era nenhuma situação constrangedora nem ao menos embaraçosa, pois não tínhamos nada, mas na cabeça dela a orgia rolava solta dentro do carro em movimento, levantando teses, sobre o acontecimento, quando observava que a motorista perdia um pouco o controle do carro, quando na verdade, dona Cleide, não era dotado de muitas habilidades na direção.
Paramos enfrente ao clube onde a sua sobrinha recebia aulas de natação e subindo uma jovem de 18 anos no carro, ela como todo ser normal, só poderia pensar, que ali era um cabaré, casa de massagem, ou local parecido e que não nem por um momento aquilo seria uma clube de natação infanto-juvenil, aquilo já era o bastante pra ela, as provas já eram suficiente, ela Foi para casa preparar a cena toda, pra me mandar embora, Pra que as crianças vejam o pai horrível que elas tinham. E assim fomos eu dona Cleide e sua sobrinha que atendia pelo nome de Ana, que acabara descobrindo que eu daria aula de literatura para Ana no próximo semestre do cursinho, fomos tendo uma conversa agradável sobre vestibular, provas e concursos, e tudo aquilo. Cheguei à esquina de casa pedi pra ela parar, pois a contramão da rua não facilitaria o retorno pra casa de dona Cleide.
-Obrigado, Dona Cleide.
-Por nada Professor, se precisar amanhã...
-Não, amanhã apanharei meu carro na oficina...
-Pois, tudo bem
-Obrigado mesmo assim.
Cheguei a porta do apartamento, já estava ali as malas com um bilhete, “Não precisa nem entrar e contar suas mentiras elaboradas, em camas de motel”. Mesmo com a informação na porta não hesitei em entrar e vê o que estava acontecendo, fazendo a pergunta pra saciar minha curiosidade.
-O que esta acontecendo Sousa! Me vem com essa pergunta, depois de tudo que você fez, essa foi  a gota d’água não agüento mais suas safadezas. Vá embora, e não me apareça mais aqui, não olhe mais no meu rosto, quando eu estiver andando na rua passe para o outro lado, eu mando suas coisas pra casa de sua mãe que pelo jeito deve estar muito desgostosa com você...
-Já falou pra minha mão e eu ainda não sei.O que aconteceu?
-Vá embora!
E como um cão sem dono  fui ao bar do português, novamente para minha lastima terrestre de passar um Terço da minha vida, naquele bar do antigo militar, Senhor Tenente Simplório Da Fonseca, mais conhecido por ‘O Português’ nunca soube o motivo do apelido e só soube seu nome em uma dia como outro qualquer e chegara o carteiro, joséval que a todos conhecia e a tudo sabia e exclamará o nome em alta voz pois nem ao menos ele ‘O carteiro Joséval’ sabia que o português na verdade é Simplório da Fonseca, e era esse homem que me atendia todas as vezes que me separava.
-Olá.
-Novamente aqui. Olhou-me por baixo dos óculos com um olhar sábio e de reclusão, sabia que o motivo de eu estar ali de novo era o mesmo de todas as noites, as brigas, e por isso não aceitava com muito bom grado um homem estar a baixo de ordens de mulher ele tinha seus motivos e eu nunca me intrometera na forma do Seu  Português pensar.
-Sim, Português me coloca um pouco de vinho.
-E o que foi agora rapaz? Perguntou enquanto virava-se para pegar um copo.
-Sabe seu português que nem ao menos sei o que foi, acho que ela só enlouqueceu.
-Sabe que isso não faz sentido para mim. Sempre com uma voz grossa que dava a impressão que ele era sempre ignorante, mas não.
-Sei sim...
Quando terminei de falar chega à ilustre pessoa de joseval o carteiro, chamou meu nome e disse que tinha uma carta para mim e minha mulher não havia o deixado ele entregar na casa e mandou que entregasse a você, em qualquer covil de perdição, pois aparentava muito familiarizado com o espaço. Era impressionante a capacidade dele de reproduzi os comentários e falas de terceiros.  Peguei as correspondências coloquei no bolso, fui para um quarto nos fundos do bar, para tentar dormir e ir para a escola dar as aulas.
Amanheci com o barulho do português derrubando velas fingi que não vi, mas ele rezava, em frente a unas imagens e uma foto de uma moça que eu não sabia quem era. Levantei tomei uma vodca pois café no português só as 8 e ainda eram 5:30, fui a minha casa pegar meu carro quando observei que no para choque traseiro havia um adesivo que dizia “Cuidado Homem infiel no volante”.
- O que é isso? Gritei para Amélia minha esposa.
- Ora Sousa o que acha? A verdade, sim a verdade que você me escondeu durante anos.
- Sabe que não sei do que você esta falando.
-Cínico, você é Cínico, como pode mentir quando eu vi, sim eu vi tudo ontem. Arrrg... não quero falar disso Sousa vou deixar as crianças na escola, se quiser tomar banho e ir pra seu trabalho.Tchau
-Tchau, fui beijá-la ela me deu a bochecha.
-Sabia já estava em um púteiro bebendo não era? Nem precisa responder.
Ela saiu depressa, ficava imaginando o que poderia ter acontecido, cheguei a escola um pouco atrasado meus alunos já estavam bagunçando a sala e já haviam montado um plano para derrubar a escola.
Sinal de fim de aula, resolvi ir a casa de minha mãe saber se ela sabia de algo sobre o caso. Chegando ela me recebeu normalmente, perguntei o porquê de Amélia esta com tanta raiva, quando ela me pergunta.
 – Quem é a mulher que você anda encontrando-se todas as noites depois e antes da aula?   
- Ninguém Mãe, não ando me encontrando com ninguém.
- Mas Amélia, falou que te viu com uma moça e uma mulher de meia idade...
-  Ela esta falando da dona Cleide...       
- Então existe, a meu filho...
- Não, não existe, sim ela existe...
- Como?
- A dona Cleide existe, mas não a amante, entendi tudo...
- Agora quem não esta entendendo nada é eu... Sai correndo, tinha desvendado o mistério sabia que poderia chegar a tempo de salvar o casamento e minha imagem. Cheguei ao apartamento o fogão estava com as bocas acesas sem nada encima, a geladeira estava com a porta aberta, todas as luzes e eletrodomésticos estavam funcionando, ela queria vencer pelo dinheiro, só uma luz estava apagada a do nosso quarto entrei, e vi que a luminária estava acesa e ela estava sentada na cama, ela virou a cabeça e o pescoço um olhar sinistro estava nos olhos dela, e tocava uma musica de sinistra, ela falou – Oi Sacana.
- Posso explicar, o que aconteceu...
- Não, não pode...
- É tem razão, mas ela pode, dona Cleide. Ela entra pela a porta e vai logo explicando tudo. Ela tem uma reação meia contraria ao que pensei que poderia acontecer ela pede para que ela explique varias vezes e mostre o recibo dos pagamentos do clube de natação, e identidade e numero de matricula do concurso e estado que dona Cleide exercia, Mas no fim, deu tudo certo se é que se pode dizer assim.
Sousa²  

domingo, 4 de setembro de 2011

Oh, Eu

Seu eu fosse diferente?
Como seria o diferente?
Se eu tivesse que lidar com os sentimentos?
Como seriam os sentimentos?
Como que seria se eu tivesse certeza?
Como seria a certeza?
Se eu tivesse com certeza e sentimentos como seria?
A certeza é sempre certa, os sentimentos me fazem fraco, como seria ter os dois?
A minha alma seria capaz de suportar?
Poderia ver alem do que sou?
Posso sentir mais do que sinto?
Posso ouvir mais do que ouço?
E você? Como me veria se eu fosse diferente?
Bem isso não importa, agora não.

Sousa²